Pelo menos 35 jornalistas e membros da sociedade civil foram infectados com o spyware Pegasus da NSO em El Salvador (via 9To5Mac). Se você se lembra, exatamente o Pegasus era o spyware usado para hackear iPhones sem deixar vestígios de sua existência no sistema.
De acordo com um relatório feito pelo Citizen Lab da Universidade de Toronto, Pegasus foi encontrado em 37 dispositivos. A maioria das vítimas eram jornalistas que trabalhavam para vários meios de comunicação conhecidos por cobrir histórias sobre a potencial corrupção no governo de El Salvador. O Pegasus é um spyware sofisticado que pode coletar informações confidenciais e acessar a câmera e o microfone do telefone.
El Faro, um site de notícias online, aparentemente foi o principal alvo do ataque. De acordo com o relatório, 22 dos telefones hackeados pertenciam a jornalistas que trabalhavam em El Faro.
Em um comunicado para Reuters, o editor-chefe do El Faro, Oscar Martínez, disse:”É difícil para mim pensar ou concluir algo além do governo de El Salvador estava por trás dos supostos hacks. É evidente que há um interesse radical em entender o que El Faro está fazendo.”
Em resposta às acusações, o governo de El Salvador disse que não é um cliente da NSO Group Technologies, que é a empresa por trás da Pegasus, e afirmou que também tem uma investigação em andamento sobre o hacking do telefone. O governo de El Salvador também disse que tem informações de que os telefones de alguns altos funcionários da administração também foram infiltrados.
O spyware Pegasus em El Salvador foi encontrado depois que dois jornalistas chegaram ao Citizen Lab. Os jornalistas entraram em contato com o Citizen Lab porque temiam que seus telefones tivessem sido hackeados. Depois disso, o Citizen Lab iniciou uma investigação e descobriu que os hacks de telefone ocorreram entre julho de 2020 e novembro de 2021.
O que aconteceu em El Salvador é outro caso em que o Pegasus foi usado para espionar jornalistas. Como informamos anteriormente, o spyware Pegasus foi usado em um jornalista que trabalhava para o New York Times. Durante seu trabalho no Oriente Médio, Ben Hubbard descobriu que seu iPhone havia sido invadido duas vezes com Pegasus pela Arábia Saudita.
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