A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) aprovou na terça-feira um projeto de lei para reconhecer e regular os mercados de Bitcoin e criptomoedas no país, de acordo com um declaração oficial.
Aprovação unânime do CAE do PL 3825/19 – projeto de autoria do senador Flavio Arns em 2019, mas elaborado em conjunto com o Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Receita Federal (RFB) – representa um passo inicial para um projeto de lei que tenta criar regras básicas para o dia-uso hoje o f bitcoin em transações financeiras e como ativo de investimento.
O projeto de lei também prevê incentivos fiscais para a indústria de mineração de bitcoin. Entidades comerciais que adquirem hardware e software para processamento, mineração ou preservação de bitcoin e criptomoeda estariam isentas de impostos de importação, bem como de alguns impostos sobre transações que afetam as vendas locais. No entanto, apenas as empresas que usam exclusivamente fontes de energia renovável e neutras em carbono seriam elegíveis para os incentivos fiscais.
O projeto de lei visa regulamentar o estabelecimento e operação de prestadores de serviços de Bitcoin no Brasil, definindo tais entidades como aquelas que fornecem negociação, transferência, custódia, administração ou venda de criptomoedas em nome de terceiros. Os prestadores de serviços de criptomoedas só poderão operar no país após autorização explícita do governo federal.
O relator da minuta, senadora Iraja Abreu, disse a Bloomberg por telefone na segunda-feira que ele espera que o banco central seja responsável por regulamentando as empresas que prestam serviços relacionados a criptomoedas no Brasil, embora de acordo com o projeto de lei, o governo indicará qual instituição deve assumir essa responsabilidade. Iraja disse no comunicado que a CVM deve lidar apenas com casos em que ativos digitais são usados para levantar capital nos mercados financeiros.
O projeto deve seguir para o plenário do Senado, conforme um pedido recentemente enviado para ser processado simultaneamente com uma segunda fatura relacionada ao Bitcoin. A proposta seguiria então para votação na Câmara, último passo antes de o presidente Jair Bolsonaro considerar sancioná-la.