As autoridades britânicas estão soando o alarme sobre o abuso generalizado de software de vigilância e hackers de aluguel, dizendo que milhares de pessoas estão sendo visadas a cada ano por uma indústria que eles descrevem como uma ameaça cada vez mais imprevisível.
Centro Nacional de Cibersegurança da Grã-Bretanha ( NCSC), parte de sua agência de espionagem GCHQ, disse em um relatório publicado na quarta-feira que o mercado de hackers mercenários estava oferecendo produtos que estavam no mesmo nível dos grupos de hackers do governo.
“Há outra nova abertura de frente, à medida que vemos cada vez mais adversários capazes de comprar e vender ferramentas cibernéticas sofisticadas e spyware como o Pegasus”, disse o ministro britânico sênior Oliver Dowden em uma conferência do NCSC em Belfast na quarta-feira, referindo-se ao spyware fabricado pelo Grupo NSO de Israel.
“Esses são os tipos de ferramentas que costumávamos ver apenas em um punhado de atores estatais poderosos e que podem causar sérios danos”, acrescentou Dowden.
Em uma declaração, a NSO repetiu sua afirmação de longa data de que sua tecnologia foi usada”com o único objetivo de combater o crime e o terror”.
A Reuters documentou anteriormente como o software da empresa foi usado para atingir os telefones de diplomatas americanos e funcionários da União Europeia.
Jornalistas e pesquisadores catalogaram uma série de outros supostos abusos. Na terça-feira, o grupo canadense de vigilância da Internet Citizen Lab publicou um relatório que dizia que o NSO havia sido pego usando ferramentas de hackers recém-descobertas para invadir iPhones pertencentes a defensores mexicanos dos direitos humanos em 2022.
O NCSC também alertou sobre hackers espiões mercenários de aluguel cujas atividades dizem”aumentar a probabilidade de alvos imprevisíveis ou escalada não intencional”..
Em uma carta enviada na semana passada para a American Bar Association, o Conselheiro Geral da NSO, Shmuel Sunray, fez lobby contra uma proposta de resolução da ABA pedindo uma moratória na compra, venda ou uso de spyware comercial, argumentando que as empresas com”propriedade humana estabelecida programa de conformidade de direitos”-que a NSO diz ter-deve ser isento de tal proibição.
A ABA se recusou a comentar.